Um detento do 5º Distrito Policial de Londrina, no norte do Paraná, terá de responder um processo administrativo por usar um aparelho celular de dentro da carceragem. Ele utilizou a internet móvel para acessar o Facebook, postar fotos e comentar detalhes da rotina da cadeia. A prática durou alguns dias, até que a polícia descobrisse a irregularidade.
O 5º Distrito Policial de Londrina está superlotado. Atualmente, 120 presos ocupam o espaço que deveria ser compartilhado por, no máximo, 24 pessoas. O excesso faz com que os policiais deixem as celas destrancadas, liberando o acesso dos detentos aos corredores. Segundo a polícia, a prática acaba dificultando o controle de entrada de celulares e outros objetos na carceragem.
Nas postagens, o preso fala sobre as condições da cela e comenta amenidades, como o dia em que ele se preparava para fumar. Amigos dele também comentam as publicações, se referindo ao detento como “terrível” e “aliado”, além de dizerem que “a liberdade vai chegar logo”. O detento tem passagens por roubo, receptação e adulteração de veículos.
A polícia ainda investiga a origem do celular, que até a publicação desta reportagem não havia sido encontrado. Segundo o delegado Márcio Amaro, os aparelhos costumam entrar nas delegacias através de familiares, ou agentes públicos que se corrompem. “Um dos grandes problemas da instituição policial e do sistema prisional é essa comunicação via aparelho celular”, lamentou.
A lei atual não prevê nenhuma punição mais severa para o uso de celular dentro da cadeia, apenas para quem repassa o aparelho. Nestes casos, a pena é de até um ano de prisão. O novo Código Penal, que ainda está discussão no Congresso, pode incluir o uso também como prática criminosa.
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